Março é o mês em que falamos, de forma mais aprofundada, sobre a importância do combate às desigualdades de gênero. E uma das questões mais latentes a serem discutidas são as violências sofridas pelas mulheres em seu cotidiano.
O assédio é uma das mais corriqueiras e que, infelizmente, segue sendo naturalizado. Neste episódio do Fora da Linha – o podcast do Sindimetrô RS, as trabalhadoras Keity, Mariazinha e Diana e a ex-funcionária Flaviani são as entrevistadas e falam sobre episódios de violência vivenciados na Trensurb, além de cobrar formas de enfrentamento a esse problema estrutural.
Dedicamos este episódio à memória de Marielle Franco, brutalmente assassinada no dia 14 de março. Há cinco anos, seguimos sem resposta. Quem mandou matar Marielle?
Pelo fim da violência contra a mulher!
Ficha Técnica Produção, apresentação e edição: Fernanda Nascimento Revisão e realização: Comunicação do Sindicato dos Metroviários do Rio Grande do Sul Trilha: Maria da Vila Matilde (Elza Soares); Respeita (Ana Canãs)
Domingo, 12, o XII Congresso dos(as) Metroviários(as) do RS chegou ao seu terceiro e último dia. Nesta edição, a organização reuniu esforços para fazer do evento um grande ato político em defesa da Trensurb pública. A presença de representantes de entidades e centrais sindicais, parlamentares e autoridades mostrou o reconhecimento e a relevância da articulação da categoria metroviária. Defendemos a unidade na prática, com diálogo e construção coletiva.
Durante a manhã, o deputado federal Marcon (PT) esteve no evento e se colocou ao lado dos(as) trabalhadores pela manutenção da Trensurb pública. Com participação online, o Ministro de Comunicação Paulo Pimenta conversou com os(as) presentes, valorizando o papel da Trensurb pública como um serviço de qualidade no Rio Grande do Sul e se comprometeu a levar adiante nossa demanda pela retirada da Trensurb do PND.
Durante a plenária final, houve a votação e vitória por ampla maioria do balanço da gestão atual, seguida da resolução de uma formação de comissão que ficará encarregada de levar para a base metroviária a discussão sobre o Estatuto do sindicato.
O protagonismo das mulheres foi pauta do fechamento do Congresso foi o painel “As Mulheres e a Luta Sindical”, com a participação de Carla Zanella (Emancipa Mulher), Rejane Oliveira (CSP – Conlutas), Maria Silveira (FENAMETRO), Keity Goularte e Valéria Vanzin (Sindimetrô RS) reuniram suas falas no combate ao machismo e à violência contra a mulher nos espaços públicos e privados, e destacaram a presença essencial das mulheres em todas as lutas sindicais e políticas!
Nossa tarefa segue para barrar a privatização da Trensurb, e também lutar para reverter os retrocessos deixados pelo governo Bolsonaro. Pela auditoria da dívida pública, pela revogação da Reforma Trabalhista e Previdenciária e contra as terceirizações. Precisamos atuar ao lado da luta das mulheres, na mobilização antirracista, na luta LGBT, pelos trabalhadores sem terra, com movimento de luta por moradia, no combate à fome e contra o trabalho escravo. A categoria metroviária saúda os(as) presentes no XII Congresso dos(as) Metroviários(as) do RS!
A manhã de sábado, 11, segundo dia do Congresso dos(as) Metroviários(as) do RS começou com o painel sobre Conjuntura Internacional. O debate foi entre o vereador Roberto Robaina (PSOL) e Raul Carrion (PC do B), e teve a mediação da diretoria do Sindimetrô Maria Silveira e Ronas Filho. No segundo painel da manhã, “O Futuro dos Movimentos Sindicais” contou com a presença da juíza Valdete Severo e da deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL). A mesa foi mediada pela vice-presidente do Sindimetrô RS Keity Goularte e pelo diretor Lucas Viegas.
À tarde, a mesa “Conjuntura Nacional” recebeu as falas de Amarildo Cenci (CUT-RS), Etevaldo Teixeira (TLS), Altino Prazeres (CSP – Conlutas), Eder Pereira (CTB), com mediação das diretoras do sindicato Valéria Vanzin e Keity. Dentre tantas pautas debatidas, destacamos a denúncia do trabalho escravo, o protagonismo das mulheres e das pessoas negras e a necessidade da luta por um sindicalismo combativo com programa de esquerda, por mais direitos a todos(as) os(as) trabalhadores(as).
Para fechar o dia de atividades, as mulheres do grupo Ói Nois Aqui Traveiz apresentaram uma performance denunciando a violência contra a mulher e logo após, o sarau poético musical com o grupo Desagravo homenageou as mulheres da música brasileira.
Ontem, 10, demos abertura ao XII Congresso dos(as) Metroviários(as) do RS. O ato reuniu no Plenário de Tramandaí o presidente do Sindimetrô RS Chagas, Dep. Federais Fernanda Melchionna (PSOL) e Bohn Gass (PT), Miguel Rosseto, Deputado Estadual (PT), Vereador Roberto Robaina (PSOL) e Nelsinho (ex-parlalmentar).
O ato ocorreu na Câmara de Vereadores de Tramandaí e foi transmitido ao vivo pelas nossas redes sociais. Com a presença de metroviários(as) representantes do movimento social e de sindicatos, a bancada de abertura foi formada ainda por Neiva Lopes (Sindmetrô DF), João Ezequiel (Simpa), Carla Zanella (Emancipa Mulher), Altino Prazeres (CSP – Conlutas), Varlindo Nascimento (Sindimetro PE), Julio Jesien (Sindisaúde), Arlindo Censi (CUT), Aldir (Sindaergs) e Valmor Guedes (TLS).
Uma carta aberta foi assinada pelas autoridades e demais presentes exigindo a retirada da Trensurb do PND (Plano Nacional de Desestatização) a ser entregue para o presidente Lula. Defendemos a unidade e parcerias para defender uma empresa 100% pública, democrática e com tarifa zero. Por um sindicato independente de patrões e governos.
8 de março marca o Dia Internacional da Mulher. Celebramos a resistência das mulheres que lutaram pelos direitos que temos hoje. Há muito a se avançar. No Estado, os feminicídios e as ocorrências relacionadas à violência contra a mulher vem aumentando a cada ano. As trabalhadoras têm média salarial 37,2% menor que a dos homens no Rio Grande do Sul, segundo o IBGE.
Dia 8 de março, a ong Themis e o Sindimetrô RS realizaram uma ação na Estação Mercado para atender mulheres na busca de direitos. A ong atua há 30 anos na formação de mulheres no acesso à justiça, no enfrentamento da violência de gênero e na luta pelos direitos das mulheres. O grupo de advogadas, promotoras legais populares e jovens líderes comunitárias recebeu quem passou pela manhã na estação Mercado.
Saudamos a força das mulheres que quebram ciclos de violência dentro de seus lares, espaços de trabalho, na rua e na esfera política. Saudamos as metroviárias que representam 25% do quadro de funcionários(as) da Trensurb.
Em 14 de março, relembramos o assassinato brutal de Marielle Franco, ocorrido em 2018, e até hoje sem solução, apesar de fortes indícios apontarem para o envolvimento de Bolsonaro. Responsáveis precisam ser nomeados, responsabilizados e punidos. Há cinco anos, seguimos sem respostas: quem mandou matar Marielle?
Neste 8 de março, que possamos avançar pela vida das mulheres, pelo fim da violência de gênero, da discriminação machista, por mais direitos, equiparação salarial pela descriminalização do aborto, pela valorização do trabalho doméstico e por mais participação política.
Há 90 anos, as mulheres brasileiras conquistavam o direito ao voto. Almerinda Farias Gama foi uma das primeiras mulheres a lutar para termos este direito no país. Ela foi uma figura notável por seu ativismo político, uma mulher negra na construção da luta feminista e da democracia brasileira.
Almerinda nasceu em uma família humilde de Maceió em 1899 e se deparou com as desigualdades salariais entre homens e mulheres. Além disso, o atravessamento de classe e raça – os abismos sociais entre ricos e pobres e entre brancos e negros no país a fizeram lutar por um feminismo que ampliasse as discussões do movimento de primeira onda – marcado pela conquista do voto feminino. Para as mulheres negras, o trabalho – ao contrário das mulheres brancas – não precisou ser conquistado: a mão de obra do povo negro já era explorada pelo sistema escravagista.
Através da filiação à Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, Almerinda seguiu sua luta pela emancipação das mulheres. As brasileiras tiveram acesso à participar nas decisões políticas somente em 1932 e Almerinda foi uma das porta-vozes desta conquista. Junto de Carlota Pereira de Queirós, foram as únicas mulheres na Assembleia Constituinte em 1933.
Almerinda foi uma figura política importante. Trabalhou como datilógrafa, sindicalista, formou-se advogada e atuou fortemente para a conquista de direitos trabalhistas, com enfoque nas mulheres.
Quando uma mulher avança, toda a sociedade avança. Durante o mês de março, iremos resgatar a história de algumas mulheres comuns e extraordinárias, que dedicaram suas vidas na busca por uma sociedade mais justa.
Com informações do perfil de Almerinda, escrito por Igor Natusch ao portal Democracia e Mundo do Trabalho.