POR AYLLU ACOSTA E LUCAS VIEGAS

O dia 28 de junho é mundialmente conhecido como o Dia do Orgulho LGBT. A data surgiu em 1969, a partir da reação de grupos LGBTs às constantes repressões policiais que aconteciam no bar Stonewall Inn, em Nova Iorque, local conhecido pela diversidade dos seus frequentadores. O movimento resultou na 1ª Parada do Orgulho LGBT, em 1970. De lá para cá, a data é marcada por manifestações em quase todos os países do mundo e em várias cidades do Brasil.

Mas você sabe o que quer dizer LGBT? A sigla LGBT representa lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros. Para compreendermos melhor cada um desses grupos, é necessário entendermos a diferença entre dois termos: orientação sexual e identidade de gênero.

Orientação sexual: Se refere às pessoas pelas quais sentimos atração e afeto. Aqui entram as lésbicas (mulheres que gostam de mulheres), gays (homens que gostam de homens) e bissexuais (pessoas que sentem atração por homens e mulheres).

Identidade de gênero: É como nos identificamos em sociedade. Nesse sentido, o indivíduo pode se apresentar como um homem ou mulher, sem levar em consideração o seu sexo biológico ou orientação sexual. Aqui entram as travestis, transexuais e transgêneros.

Esclarecidas essas diferenças, voltamos para uma dura realidade… O Brasil é o país que mais mata LGBTs no mundo, reflexo da opressão e discriminação que sofremos diariamente. Apesar disso, alguns direitos civis já foram garantidos em nosso país, como o casamento gay e adoção por casais homoafetivos. No entanto, em diversos locais e culturas a homossexualidade ainda é ilegal e passível de punições, que podem chegar a pena de morte por enforcamento e apedrejamento.

Ao mesmo tempo em que vemos alguns avanços, enfrentamos uma onda conservadora que precisa ser combatida. Ano passado, uma liminar do judiciário permitiu que psicólogos voltassem a fazer terapias de “reversão sexual”. O método, tido como um grande retrocesso, estava suspenso desde 1999 pelo Conselho Federal de Psicologia. Além disso, ainda temos o Projeto Escola sem Partido tramitando em diversos locais do país. Ele visa retirar do ambiente escolar o debate sobre gênero, sexualidade e combate à homofobia.

Nesse contexto adverso, é mais do que necessário estarmos frente à luta dos LGBTs. Precisamos defender e ampliar a discussão do tema na política, educação, movimento sindical e na classe trabalhadora. A proteção dos nossos direitos fundamentais passa pela criminalização da homofobia. Chega de intolerância! Nossas famílias existem e precisam ser respeitadas.

Ayllu Acosta é diretora de comunicação do Sindimetrô/RS
Lucas Viegas é representante sindical do Sindimetrô/RS