Reunião proposta pelo Sindimetrô/RS debateu na noite de quarta-feira, 14, a situação do transporte público na região metropolitana de Porto Alegre. A constituição de um comitê para discutir formas de mobilização foi a principal deliberação do encontro realizado na sede do sindicato.

O aumento absurdo de 94% na tarifa do trem metropolitano mostra o quanto o transporte público é tratado de forma mercantil. O trem é a espinha dorsal entre a Capital e o Vale dos Sinos, e a elevação do valor da passagem prejudica os trabalhadores e os estudantes. São seis universidades ao longo da linha.

Para se deslocar desde os bairros de Canoas a Porto Alegre, por exemplo, o usuário de transporte público gasta R$ 17,50 entre ida e retorno. São R$ 385,00 no mês, considerando apenas os dias úteis, ou seja, 40,35% do valor do salário mínimo vigente no país (R$ 954,00). É, portanto, um valor que não cabe no bolso da maioria da população usuária.

Para combater esse abuso, o comitê quer agregar diferentes entidades representativas visando a discussão da melhoria da qualidade e redução dos valores das tarifas cobradas pela Trensurb e pelas empresas de ônibus que detêm concessões na região.

As concessões, aliás, geraram duras críticas durante o debate. Os empresários que operam o transporte coletivo nas cidades da região atuam como proprietários das linhas. Negociam itinerários e empresas, sem passar pela apreciação das administrações municipais, que fazem vistas grossas para a negociação.