Uma mulher é estuprada a cada 11 minutos no Brasil. O número, no entanto, é reconhecidamente um índice abaixo da realidade e, segundo especialistas, pode ser dez vezes maior, estima-se que mais de meio milhão de mulheres, por ano, tenham sofrido algum tipo de violação sexual. A proporção, então, seria de quase um abuso por minuto (levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública).

Não aguentamos mais estarmos sob constante temor de que homens nos ataquem e nos sentimos coagidas pelo sistema de justiça brasileiro que, sob forte influência machista de seus integrantes, relegam nossa segurança à condição de sermos responsáveis por nos cuidar, como se a falta fosse nossa.

Soma-se ainda as situações em que as vítimas não denunciam por vergonha, medo ou não acreditar na eficácia da lei. Estamos falando de um comportamento sistemático que é incentivado por uma legislação ultrapassada, interpretada friamente por juízes que abrandam e protegem outros homens. Falamos tanto sobre buscar o fim da violência, sobre acabar com a impunidade, mas quando o assunto é o corpo da mulher parece que as coisas mudam de figura e tudo é relativizado. Não dá pra fingir que nada está acontecendo, todo dia temos pessoas molestadas sexualmente em público. Isso não pode ser apenas uma “Contravenção”. A violência psicológica também é violência!

O qua a sociedade precisa entender é que as vítimas de agressão sexual não desejam ser abusadas. A violência sexual cresce a passos largos, enquanto o espaço público se transforma em local de medo para as mulheres. Tratar o abuso sexual como uma Contravenção Penal além de ser um equívoco lamentável, incentiva a violação sexual de mulheres. A norma precisa ser revista com urgência. A impunidade não pode ser a regra.

MEU CORPO NÃO É PÚBLICO!