Os metroviários do país encerram o ano de 2020 unidos contra a privatização da Trensurb e CBTU. Na última segunda-feira, 28, ocorreu a primeira reunião dos sindicatos dos metroviários do RS, MG, AL, PE e RN com o escritório Garcez Advocacia, que representará a categoria em ações contra privatização das duas estatais.
No encontro virtual foi oficializada a formação da Frente em defesa do transporte público sobre trilhos, que atuará jurídica e politicamente, para defender os interesses dos trabalhadores dessas estatais.
O presidente do Sindimetrô adiantou que as entidades atuarão politicamente junto aos parlamentares: “Queremos que os deputados façam parte dessa Frente e defendam a manutenção da TRENSURB e CBTU públicas”, declarou Luís Henrique Chagas.
O sindicato dos metroviários do RJ também deverá integrar a Frente por conta da truculência do governo Bolsonaro que decidiu, unilateralmente, transferir as atividades da sede administrativa da CBTU no Rio, para o Distrito Federal.
Uma medida totalmente autoritária, que prejudicará cerca de 500 trabalhadores. Os metroviários que não quiserem ou não puderem se mudar para Brasília, visto que o governo não pagará o auxílio financeiro, obrigatório em transferências, terá que pedir demissão.
O escritório Garcez Advocacia já ingressou com ação na Justiça do Trabalho, contra tamanha arbitrariedade e injustiça.
O escritório, com matriz em Brasília e filiais em São Paulo, Rio e Curitiba, atua na defesa de trabalhadores e sindicatos em tribunais superiores e, principalmente, em batalhas jurídicas para evitar as privatizações de empresas públicas, como Petrobras, Eletrobras e Casa da Moeda.
A meta do Sindimetrô/RS para 2021 é impedir a privatização da Trensurb. E para isso precisa convencer o usuário que o serviço vai piorar e a tarifa será maior, se a empresa for vendida. Mas sozinhos, os metroviários e as metroviárias, não conseguirão. Só unidos aos trabalhadores de outras categorias conseguiremos levar a mensagem à população. A afirmação foi do presidente da entidade, Luís Henrique Chagas, em entrevista na rádio Visão do Vale, na manhã desta terça-feira, 22.
Chagas alertou que os serviços já reclamados pelos usuários, como a limpeza dos banheiros e a manutenção de elevadores e escadas rolantes, já são privatizados.
Apesar disso, o quarto trimestre de 2021 segue como prazo do governo Bolsonaro para entregar a estatal ao capital privado. “A alegação de que a Trensurb dá prejuízo é conversa fiada. A Petrobras dá lucro e vai ser vendida também”, enfatizou o dirigente.
O sindicato preparou um estudo que aponta os problemas e indica as ações para corrigir o déficit na Trensurb. Uma delas é corrigir os supersalários: “São poucos ganhando muito, e muitos ganhando pouco”, afirmou Chagas.
O assédio sexual também foi pauta do programa, por conta do caso que ocorreu com uma metroviária no ambiente de trabalho. O presidente relatou que as diretoras do sindicato foram à administração da Trensurb cobrar a apuração dos fatos e uma punição exemplar. E também revelou a intenção de se fazer uma campanha institucional contra o assédio às mulheres.
A entrevista foi dada aos apresentadores Bado, Mariana e Amanda, no programa Visão em Revista, na sede da emissora em São Leopoldo. A íntegra da entrevista pode ser conferida em www.facebook.com/Grupovisaodovale.
Os metroviários e as metroviárias presentes na Assembleia Geral Ordinária desta sexta-feira, 18, aprovaram, por ampla maioria, as contas do exercício de 2019 da atual gestão do Sindimetrô-RS.
Foram 47 votos favoráveis e 18 contrários à aprovação do balanço financeiro e patrimonial da entidade, instruído pelo parecer do Conselho Fiscal. Antes da votação, os presentes tiveram acesso aos documentos.
Para o presidente da entidade foi um ato democrático que referendou através do voto o desejo da maioria e fortaleceu a categoria. “Saímos desta assembleia focados na luta contra a privatização da Trensurb. Essa tem que ser a meta de cada um dos metroviários e metroviárias.”, disse Chagas.
Responsabilidade e transparência
A atual gestão do Sindimetrô-RS, que encerra este mandato em 4 de janeiro, também disponibilizou as informações sobre o balanço financeiro e patrimonial, e o parecer do conselho fiscal no site da entidade, dando assim total transparência dos atos dos gestores. As informações são públicas e podem ser acessadas no endereço a seguir: https://www.sindimetrors.org/transparencia
Apesar do sol escaldante que fazia às 12h30, a assembleia ocorreu no campo de futebol da Trensurb, por conta da Covid-19 e observando os protocolos de distanciamento social, utilização de máscaras e álcool em gel.
A privatização da Trensurb, prevista já para o proximo ano pelo governo Bolsonaro, foi tema de debate na Vale TV, na noite desta quarta-feira, dia 16.
O presidente do Sindimetrô/RS alertou para o prejuízo que a população terá, principalmente com o aumento da passagem, se a empresa for entregue ao setor privado.
Para Luís Henrique Chagas, o governo não tem um planejamento para o transporte público do país e isso tem que ser pensado urgentemente.
“Na pandemia, todos viram a relevância do SUS e também do trem público e da Carris. Precisamos de mais serviços públicos de qualidade, e não de menos”, enfatizou Chagas.
Na bancada do programa Estação Hamburgo, apresentado por Rodrigo Steffen, também estavam o ex-deputado Tarcísio Zimmermann e o professor Paulo Daniel Spolier. Ambos destacaram a importância da Trensurb para a mobilidade urbana de toda a região metropolitana de Porto Alegre.
O programa ainda pode ser assistido pelo site www.valetvplay.com e nas redes sociais da emissora.