Como advertido pelo Sindimetrô/RS, o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, em entrevista à agência Reuters, admitiu a existência de avançados estudos no âmbito do Ministério para concessão à iniciativa privada dos metrôs de Porto Alegre e de Belo Horizonte. O modelo a ser usado, segundo o ministro, é o das Parcerias Público-Privadas (PPP’s).
Durante a assinatura do acordo coletivo 2015, realizada na tarde desta sexta-feira (17), a direção do sindicato questionou a diretoria da Trensurb a respeito das declarações do ministro. Sem muita convicção, a direção da empresa, como em vezes anteriores, negou essa possibilidade.
“Estamos avançando nesse modelo para as duas cidades e devemos ter, em algumas semanas, a concretização da proposta que teremos”, disse o ministro à Reuters. Kassab declarou, ainda, que o processo de concessão deve ser feito no ano que vem.
O Sindimetrô/RS tem posição contrária a essa iniciativa, uma vez que ela prejudica a prestação do serviço na região metropolitana de Porto Alegre e representa uma ameaça aos empregados da Trensurb, que poderão ser demitidos a qualquer momento, de acordo com a conveniência do grupo empresarial que assumir o seu controle. E aqueles que permanecerem passarão a ter a vida profissional regulada pelo regime celetista e não mais pelo instrumento do concurso público.
Com o metrô nas mãos da iniciativa privada, que visa lucro, uma das primeiras providências a ser adotada certamente será a majoração da tarifa. Hoje, para se deslocar entre Porto Alegre e Novo Hamburgo, passando por outras quatro cidades, o passageiro gasta apenas R$ 1,70. No Rio de Janeiro, onde o metrô já foi privatizado, a tarifa é de R$ 3,70.
A negação da direção da Trensurb não passa de uma fuga a realidade. Se tivessem realizado uma administração responsável isso não aconteceria. Numero de FGs excessivo, valores dos FGs majorados irresponsavelmente, organograma inchado, aeromóvel, compra de trens desnecessária, terceirizações, 80 milhões anuais de subsídio do Governo Federal, etc. etc.