Desde o dia 19 de março, quando foi decretado o estado de calamidade pública no Rio Grande do Sul, por causa do coronavírus, os metroviários não pararam. Levar ao trabalho e trazer de volta para casa os trabalhadores das atividades essenciais tornou-se uma missão diária, no combate à Covid-19. Mesmo com a redução significativa no volume de passageiros, ainda são transportadas, diariamente, milhares de pessoas.

Com o passar do tempo, viu-se que o vírus não era só uma “gripezinha” e a pandemia foi mostrando o seu tamanho. Aos poucos, os estabelecimentos foram sendo fechados e os usuários passaram a fazer quarentena e, por alguns dias, os trens estiveram quase vazios. Mas a cada investida do presidente Bolsonaro para acabar com o isolamento social, o movimento aumenta e preocupa os metroviários. O que esperamos do governo são projetos que garantam a uma vida digna aos trabalhadores, com garantia de empregos, manutenção da renda, perdão da dívida de pequenos empresários e das famílias pobres atingidas pela pandemia.

O Sindimetrô fez a campanha do “Fique em Casa” com carro de som em todas as cidades atendidas pela Trensurb, nas rádios, sites de notícias, redes sociais e na televisão. Além disso, faixas foram fixadas nas estações pedindo para que os usuários deixassem o trem para os trabalhadores das áreas essenciais.

Nesse tempo, começou, no mundo inteiro, a corrida atrás de álcool em gel e equipamentos de proteção individual (EPIs), dificultando a compra junto aos fornecedores. Então veio a solidariedade da colega Maria Silveira, uma das metroviárias afastadas na última greve geral, que teve a iniciativa de costurar máscaras. O sindicato virou parceiro, passando a custear os materiais e fazendo a distribuição pela linha. Já foram entregues mais de 200 máscaras e mais 200 estão em produção, atendendo assim os metroviários e funcionários terceirizados que estão na ativa.

Os hospitais e as UPAs seguem precisando dos enfermeiros, porteiros, faxineiros, cozinheiros, dos que lavam e passam as roupas hospitalares, dos motoristas de ambulâncias e de tantos outros que são peças importantes do sistema de saúde. A população necessita da imprensa, da polícia, dos atendentes de farmácias e supermercados, dos rodoviários, dos garis, dos correios e outros tantos que não puderam parar. Aumentar os investimentos do governo federal no SUS e nos serviços públicos se mostra fundamental para superarmos esta que foi apontada, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como a maior crise sanitária da nossa época.

Saudamos os trabalhadores que estão na linha de frente nesse momento e exigimos que todos possam ter segurança para cumprirem suas funções. O lucro não pode estar acima da vida. Os metroviários das estações, segurança, manutenção, administrativo, centro de controle operacional e operadores de trens seguem prestando esse serviço tão importante. Passada a pandemia, voltaremos a nos encontrar diariamente viajando neste trem que é público e é de todos nós.

#aTrensurbÉdoPovoGaúcho