No dia nacional de mobilizações e protestos contra as reformas implementadas pelo Governo Temer, metroviários do Rio Grande do Sul denunciaram à população usuária do trem metropolitano os duros ataques cometidos contra os trabalhadores.
Para dialogar com a população, o Sindimetrô/RS produziu uma carta aberta com enfoque na reforma Trabalhista, que entra em vigor no sábado, 11, e a Reforma da Previdência, que se aprovada inviabilizará as aposentadorias dos trabalhadores.
O material também abordava as terceirizações e as privatizações, com destaque para a ameaça de privatização da Trensurb, empresa que opera e administra o trem que circula na região metropolitana de Porto Alegre.
No final do dia, os metroviários se somaram a milhares de trabalhadores de outras categorias numa caminhada de protesto pelas ruas do Centro Histórico de Porto Alegre, organizada pelas centrais sindicais. O dia ainda teve um abraço simbólico no Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
Os metroviários aproveitaram o último fim de semana da Expointer, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, para denunciar o pretendido aumento da tarifa e a intenção do Governo Temer de privatizar a Trensurb.
Para dialogar com quem chegava ou deixava o Parque usando o trem metropolitano, o Sindimetrô/RS montou uma tenda junto à passarela de acesso à estação.
No local, a população pode acessar materiais impressos com as denúncias apresentadas. Os materiais também foram entregues por dirigentes do sindicato e por colegas metroviários.
A Trensurb já solicitou ao Governo Federal um aumento de 47% na passagem. Se aprovado, a tarifa passará de R$ 1,70 para R$ 2,50.
O sindicato também está denunciando o sucateamento da empresa com vistas à sua privatização. As seguidas falhas no sistema são consequências do processo de sucateamento colocado em prática.
O Sindimetrô/RS é contra o aumento da passagem e a privatização da empresa, medidas que prejudicariam os trabalhadores do eixo norte da Região Metropolitana de Porto Alegre.
O trem transporta cerca de 200 mil passageiros por dia, uma população formada, em sua ampla maioria, por trabalhadores e estudantes.
Durante visita de rotina às estações da Trensurb para conversar com os trabalhadores da empresa, diretores do Sindimetrô/RS, alertados por colegas, constataram a existência de um foco do mosquito transmissor da dengue, o Aedes Aegypti, junto a uma escada metálica localizada na estação Farrapos. Cheio de água parada, o fosso – base para uma futura escada rolante – encontra-se provisoriamente coberto com tábuas. A proteção não é, porém, suficiente para eliminar frestas por onde os mosquitos circulam.
Alertada sobre o problema, a empresa ainda não tomou nenhuma providência. Tenta culpar os funcionários responsáveis pela limpeza, que “deveriam evitar de jogar água no local”. Uma medida impossível de ser adotada, uma vez que despejar água sobre o piso da estação é condição necessária à sua efetiva limpeza. A solução é simples e passa por eliminar em definitivo o fosso que tem a mesma idade da linha do trem, ou seja, 30 anos.
Preocupado com a saúde dos trabalhadores e dos usuários da Trensurb, o Sindimetrô/RS solicitou uma imediata solução para o problema. Se nenhuma medida for adotada pela empresa, o sindicato encaminhará o caso às autoridades sanitárias da capital e de toda a região metropolitana, pois o problema verificado na estação Farrapos, possivelmente se repete nas demais estações com escadas provisórias que acabaram se tornando permanentes.
Porto Alegre é uma das muitas cidades brasileiras com focos do mosquito da dengue. O problema, porém, não se limita à capital, atinge outros municípios da região metropolitana. A linha do trem atende seis cidades e transporta cerca de 200 mil pessoas por dia. É, portanto, de se esperar que autoridades sanitárias e dirigentes da Trensurb não poupem esforços nos sentido de eliminar qualquer foco do mosquito.
No dia 20 de fevereiro os diretores Pinheiro e Darlan, do Sindimetrô/RS, estiveram na Estação Mercado, por solicitação de um dos funcionários da estação, para que fossem registradas as irregularidades no local, uma verdadeira aberração na execução do projeto das cinco novas bilheterias.
O projeto é de uma grande incompetência, uma vez que a maior reclamação que se tem nas estações se refere à ergonometria das bilheterias, e esta questão foi claramente desrespeitada na Estação Mercado.
As consequências para os funcionários são avassaladoras em termos de saúde. Todos sabem disso na Trensurb e cabe perguntar: como um setor tão importante, que é o de projetar o bem estar e a segurança dos trabalhadores e usuários, pode executar uma obra tão mal projetada?
Por que os responsáveis pela obra se negaram a atender as sugestões que foram formalizadas pelos funcionários da estação e da chefia imediata?
Que poder é esse que o chefe do setor de projetos tem, que está acima da saúde dos trabalhadores da Trensurb?
Por que ninguém interferiu e impediu a execução dessa obra?
A conclusão a que se chega é de que não estão entendendo o que estão fazendo. Exemplo: a CPU, que no projeto original esta na parte de cima da bilheteria, foi colocada embaixo, por ordem do chefe do respectivo setor.
A impressão que dá é de que estão pouco preocupados com o principal cartão de visitas da Trensurb, que são os funcionários das estações. Os funcionários estão há muitos anos carregando nas costas os grandes índices de satisfação dos usuários em relação aos serviços pelo trem prestado a população, porque a empresa não tem ofertado a contrapartida a seus servidores.
Fica o convite a todos os colegas para que visitem a Estação Mercado para verem com os próprios olhos.
Falta de espaço
As bilheterias foram projetadas com pouquíssimo espaço, de maneira que ficam apertadas e desagradáveis para o trabalho. E os funcionários da terceirizada estão executando a obra junto com os funcionários que estão vendendo os bilhetes.
Questionado sobre a péssima condição das novas bilheterias, um funcionário responsável pela execução da obra e o controlador da estação afirmaram que com certeza o setor de projetos não aceitou as sugestões e os inúmeros pedidos de melhorias que foram solicitados, ou seja, fizeram o que bem quiseram, como em muitas outras obras tão mal projetadas.
“O Sindimetrô/RS é solidário aos colegas que sofrem com esse descaso e vai denunciar essas aberrações trabalhistas aos canais competentes, lutando para que haja melhores condições de trabalho em todos os ambientes da Trensurb e não somente nas confortáveis salas que os diretores da empresa utilizam com seus altos salários”, destaca o diretor Pinheiro do Sindimetro/RS.
Reportagem da RBS TV, dia 4 de fevereiro, alerta para o perigo da falta dos equipamentos de segurança nos trens. Acompanhe o vídeo com todas informações no link: