O presidente do Sindimetrô/RS, conforme disposições estatutárias, convoca REUNIÃO DO CONSELHO DIRETIVO da entidade, a ser realizada no dia 19 de maio de 2022, às 9:30 na Sede do Sindicato, situada na R. Monsenhor Felipe Diehl, número 48, com a seguinte pauta:
Nosso país foi o último a abolir a escravidão, durou 388 anos, e isso traz um legado ainda recente. As marcas da desigualdade racial estão visíveis. “O preconceito é velado só para quem é branco, porque nós negros enfrentamos o racismo todos os dias de formas muito escancaradas”, relembra Maria, secretária de raça do Sindimetrô RS.
Em 2022, completamos 134 desde a assinatura da lei áurea, que prometia libertar as pessoas escravizadas e dar fim ao passado colonial. Após três séculos de violências e apropriação da mão de obra escravizada que enriqueceu e fundou nosso país, as pessoas negras enfrentam ainda as consequências da marginalização e do racismo institucional. A mão de obra escravizada foi sendo substituída por trabalhadores assalariados, o que alavancou a economia brasileira.
A resistência e a luta por libertação dos quilombos encontrou eco na sociedade que defendia direitos e autonomia para as pessoas negras. As ideias radicais de intelectuais abolicionistas foram em partes atendidas pela assinatura da Princesa Isabel, filha do imperador português Dom Pedro 2º. Segundo o professor José de Souza Martins: “A noção de liberdade que comandou a Abolição foi a noção compartilhada pela burguesia e não a noção de liberdade que tinha sentido para o escravo. Por isso, o escravo libertado caiu na indigência e na degradação, porque o que importava salvar não era a pessoa do cativo, mas sim o capital. Foi o fazendeiro quem se liberou do escravo e não o escravo quem se liberou do fazendeiro”.
54% da população brasileira se identifica como negra. Nas estatísticas, 77% dos jovens assassinados no Brasil são negros. A violência institucional é uma das faces mais devastadoras do racismo e ainda hoje arranca o futuro de muitos jovens negros e negras. Nesta quarta-feira, a Polícia Civil do Rio de Janeiro destruiu o memorial em homenagem aos 28 mortos na chacina do Jacarezinho. A estrutura havia sido inaugurada uma semana antes, no dia em que fez um ano da operação policial mais letal da história do Estado. O memorial, contendo nomes das pessoas assassinadas pelo Estado, foi totalmente destruído.
O país enfrenta o aumento de 30% nos casos registrados de racismo, além do desmonte, promovido pelo governo Bolsonaro, das políticas públicas voltadas para a população negra, quilombola e periférica. Já no seu primeiro ano de mandato, Bolsonaro extinguiu o Comitê de Articulação e Monitoramento do Plano Nacional de Promoção da Igualdade Racial.
Políticas públicas e o direito à memória e à informação são formas de lidar com as consequências dos processos históricos opressores e violentos que a população negra foi e é submetida na nossa sociedade. Acessar dados, estudos, ouvir pessoas negras e se envolver com a luta antirracista é honrar tantas vidas que se dedicam a enfrentar um dos principais problemas sociais no país.
A edição número 162 do boletim do Sindimetrô já está disponível para leitura online no Issuu e no site do Sindimetrô RS. A versão impressa estará sendo distribuído em todos os setores a partir de hoje.
Confira as pautas desta edição:
– Audiência pública na Assembleia Legislativa em defesa da Trensurb pública;
– Memória metroviária: celebração dos 36 anos do Sindimetrô RS;
– Assembleia Geral Ordinária dia 27/05;
– Reajuste de 12,47% para a categoria metroviária.
O acordo coletivo e de escalas assegurou uma série de direitos aos metroviários e metroviárias. Um deles é o reajuste dos salários a partir do índice INPC, que mede a inflação do país. O índice é o maior registrado para o mês de abril desde 1996 e tem aumentado desde o ano passado. O reajuste passa a valer neste mês.
Em meio à desvalorização da nossa moeda, ao aumento dos alimentos e também do desemprego e fome, o reajuste de 12,47% é uma vitória da categoria. Nosso reajuste está longe do que queremos, mas é raro se olharmos num panorama maior.
Em muitas categorias pelo país, as negociações com trabalhadores não cobriram sequer o índice da inflação em seus salários, sem aumentos significativos com relação ao aumento do custo de vida. A articulação coletiva metroviária foi essencial para assegurar este direito, que vale por dois anos.
Mas a luta não para por aí, pois defender a Trensurb pública e o serviço público é urgente. A privatização significa demissões em massa e piora no serviço. Se mobilize!
Fora da Linha – o podcast do Sindimetrô é um programa com informações relacionadas à luta dos trabalhadores do Sindicato dos Metroviários do Rio Grande do Sul. Em diálogo com as novas tendências da comunicação, o Fora da Linha trabalha com a informação de maneira descontraída, articulando notícias e memes da política e da cultura nacional. O podcast é produzido pela comunicação do Sindimetrô.
O primeiro episódio do Fora da Linha – o podcast do Sindimetrô apresenta os impactos dos processos de privatização na vida dos trabalhadores. Salários, condições de trabalho e o futuro dos metroviários e dos demais trabalhadores que utilizam os trens diariamente são discutidos com informação e memes de política e cultura nacional.
Ficha técnica:
Produção, apresentação e edição: Fernanda Nascimento
Revisão e realização: Comunicação do Sindicato dos Metroviários de Porto Alegre
Trilha: Cash Machine (Anno Domini Beats)