Hoje, 21 de março, é o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial. A data foi criada pela ONU para refletir e avançar na luta antirracista. Conforme a Constituição Federal de 1988, o crime de racismo é inafiançável. Desde janeiro de 2023, o crime de injúria racial passou a ser equiparado ao de racismo. A mudança na lei é fruto de muita luta e um avanço no combate à discriminação racial no país.
A partir de escritores e escritoras negros(as), é possível adentrar a experiência que pessoas brancas não vivem na pele. Ontem, 20, durante o encontro do clube de leitura feminista, as mulheres metroviárias debateram a obra autobiográfica de Carolina Maria de Jesus.
Carolina enfrentou a fome, a pobreza, a falta de políticas públicas, o racismo e o machismo estrutural e narrou seu cotidiano em obras como o Quarto de Despejo. O clube de leitura é organizado pelo Sindimetrô RS e se encontra de forma virtual todas as segundas-feiras à noite.
Destacamos dois trechos do ano de 1958. Apesar de enfrentar uma vida precária, Carolina encontrou formas de sobreviver a tantos desafios em sua dura rotina:
8 DE SETEMBRO DE 1958
“…Hoje eu estou alegre. Estou rindo sem motivo. Estou cantando. Quando eu canto, eu componho uns versos. Eu canto até aborrecer da canção…”
18 DE SETEMBRO DE 1958
“…Eu estou procurando aprender a viver com o espírito calmo. Acho que é porque estes dias eu tenho tido o que comer…”
Leia mulheres negras!