O mês de março é para comemorar as conquistas sociais, políticas e culturais das mulheres pelo mundo. Entretanto, esta luta é ainda tão marginalizada. Nós mulheres, seguimos gritando para sermos ouvidas em uma sociedade estrutural e violentamente machista.

As metroviárias gaúchas são pioneiras. A viagem inaugural da Trensurb foi pilotada por Rubia de Barros, considerada como a primeira mulher a operar um trem no Brasil, em 1985. Hoje, o cenário é predominante masculino dentro da empresa. As mulheres representam 27% do quadro funcional da Trensurb.

Submetidas desde a primeira infância a cuidar da casa nas brincadeiras de boneca, as mulheres chegam na vida adulta programadas para as funções de cuidado e organização. Muitas vezes não saem do papel socialmente destinados à mulher. Não por acaso, os setores das bilheterias e o administrativo são onde mais mulheres estão empregadas na Trensurb atualmente. Mesmo assim, os casos de assédio são uma dura realidade, independente do cargo em que exercem.

A maioria dos usuários da Trensurb ainda estranha ver uma mulher na linha de frente da segurança, na manutenção ou ainda, uma mulher pilotando o trem. Na manutenção, são apenas duas funcionárias. No setor da segurança são somente 18 entre 170. Hoje são 35 mulheres, menos de um terço no setor de pilotos.

Ser mulher em um espaço e exercendo atividades que historicamente são destinadas a homens, não é tarefa fácil. É preciso muita força para enfrentar diariamente e quebrar com o estereótipo e ocupar lugares diferentes significa enfrentar o preconceito.

O Sindimetrô RS vem trabalhando na criação de ações para combater o machismo e na criação de espaços para formação política e o empoderamento das mulheres na busca de direitos e igualdade.

Enfrentar o assédio, a violência de gênero, o preconceito e conscientizar homens e mulheres é uma tarefa fundamental. Só assim iremos nos aproximar de uma sociedade menos desigual e mais democrática.