Neste sábado, 27, ainda dentro do mês Internacional da Mulher, as metroviárias sofreram um duro golpe na sua luta contra o machismo e o assédio. A empresa reintegrou um metroviário denunciado por assédio sexual, sem concluir a investigação.
Denunciado na polícia e na empresa, ele se afastou por três meses, enquanto corria a investigação interna do crime cometido contra uma colega. Para as metroviárias, esta reintegração sem o parecer da Comissão Permanente de Processos Disciplinares (COPED) é uma decisão intolerável.
Uma das colegas da vítima se recusou a trabalhar no mesmo ambiente do agressor, e comunicou sua decisão à chefia, que preferiu puni-la com a realocação para outra estação. A decisão do superior revoltou as metroviárias e causou uma grande comoção nas redes sociais: “Estamos indignadas. Isso é humilhante e revoltante”, declarou a diretora Diana Ferreira da Rosa.
“Isso só encoraja os abusadores a repetirem a atrocidade na certeza da impunidade”, disse a diretora adjunta Flaviani Castro.
A INCOERÊNCIA DA TRENSURB
Há poucas semanas a Trensurb lançou uma campanha contra o abuso sexual. A atitude ocorreu após uma usuária ter sido atacada dentro de um vagão. Por causa desse crime, a deputada estadual Luciana Genro (PSOL) pediu a criação de um vagão exclusivo para mulheres.
As integrantes da diretoria das mulheres do Sindimetrô/RS são unânimes: Não adianta a empresa pregar contra o assédio nas redes sociais, e na prática fechar os olhos para os crimes dos próprios funcionários.