Em meio a denúncias de desvio de verbas públicas, Ministro da Casa Civil é blindado por Lula. Rui Costa é responsável por projetos do futuro do país. Afinal, onde está o compromisso com o povo que elegeu Lula?

Uma delação premiada à Polícia Federal implica Rui Costa, então governador da Bahia, em fraude na compra de respiradores no ano de 2020. A PF investiga um rombo de R$ 48 milhões dos cofres públicos em meio à crise provocada pela pandemia de Covid-19. Lula ignorou as denúncias contra Rui e o elogiou nesta quinta-feira, 4.

Em seu histórico, Rui Costa, mostra seu compromisso com o empresariado. Hoje é Ministro da Casa Civil e não mede esforços para vender a ideia do “sucesso” do metrô de Salvador. As obras terminaram em 2014, custaram R$ 4 bilhões aos cofres públicos e demoraram 14 anos para serem concluídas. Logo em seguida foi concedida à gestão privada. Quando o lucro não veio, o dinheiro saiu do bolso do povo trabalhador. Entre 2020 e 2023, Rui Costa garantiu um subsídio de R$ 183 milhões para a empresa privada CCR do metrô de Salvador.

As parcerias entre a gestão pública e privada no Novo PAC (Programa da Aceleração de Crescimento) são estratégicas para o desenvolvimento do país. O projeto foi lançado em agosto do ano passado e grande parte dos projetos visa as PPP’s (Parcerias público-privadas). Assim, as grandes empresas seguirão lucrando com contratos bilionários em setores estruturais que deveriam melhorar a vida do povo brasileiro.

Rui Costa é atualmente também o responsável pelo futuro da Trensurb pública e estatal. Há um mês, o Sindimetrô RS esteve em Brasília e retornou com mais uma promessa de retirada da empresa da lista de privatizações por parte do governo federal.

Em Minas Gerais, o metrô foi vendido pelo preço de um único trem, R$ 25 milhões. Bolsonaro privatizou a CBTU-BH em seus últimos dias de governo, em 2022. Lula poderia ter impedido, mas não o fez. A categoria metroferroviária mineira estava mobilizada e em contato direto com o governo de transição. Depois de privatizado, o metrô de BH ficou cada vez mais precário, com mais acidentes e a passagem aumentou em mais de 17%. Além disso, nessa semana a empresa demitiu em massa 230 trabalhadores(as). Este é o retrato da venda do patrimônio público. Não é isso que queremos para a Trensurb.

O governo Lula se elegeu com uma promessa de campanha do fim da era das privatizações no país. A Trensurb opera há 38 anos sem ter tido acidentes, isso porque os(as) metroviários(as) são comprometidos(as) com um serviço público de qualidade.

Nossos direitos não são mercadoria! Seguiremos cobrando parlamentares, gestores e o governo Lula. Promessas não são suficientes, precisamos de ações concretas contra as privatizações.