Nada justifica, na atual conjuntura, um absurdo aumento de 94% no valor da tarifa do trem metropolitano, quando a inflação foi de 75% no período. O índice está totalmente fora da realidade vivida pelos trabalhadores e estudantes que utilizam esse meio de transporte diariamente para deslocamentos na região metropolitana de Porto Alegre.
O aumento é abusivo, pois não leva em conta a grave crise de emprego enfrentada pelo país. São mais de 14 milhões de desempregados. Pessoas que diariamente utilizam o trem em busca de novas oportunidades de trabalho. A tarifa social praticada pela Trensurb era um dos poucos retornos de impostos que o trabalhador recebia.
Além disso, o serviço oferecido pela empresa aos usuários está cada vez mais precarizado. Apenas quatro dos quinze trens novos estão em circulação. Dois deles estão totalmente “canibalizados”, com as suas peças retiradas para consertar defeitos nos demais. Os banheiros públicos da ampla maioria das estações estão fechados por falta de manutenção.
Para o Sindimetrô/RS, o aumento de quase 100% na tarifa tem como elemento central a tentativa do governo Temer de entregar a empresa para a iniciativa privada. Nestes casos, os preços dos serviços públicos são aumentados para garantir a margem de lucro dos empresários.
O sindicato ainda destaca que esse aumento foi autorizado por um governo que está destruindo os direitos dos trabalhadores, quer acabar com o as aposentadorias e está envolvido em incontáveis denúncias de corrupção. Além de a Trensurb ser administrada por uma direção incompetente, que gasta mais de R$ 20 milhões ao ano com CCs e FGs.