Depois de levar pessoalmente ao Congresso Nacional a MP que autoriza a privatização da Eletrobrás, na terça, o presidente Bolsonaro acompanhado dos ministros Paulo Guedes (da Economia) e de Fábio Faria (das Comunicações) levou na tarde de ontem (24) uma nova medida provisória ao legislativo para abrir o processo de privatização dos Correios.
Mais uma empresa essencial ao Brasil, motivo de orgulho nacional e que faz o trabalho único de integrar todas as regiões do país através de suas rotas de entrega, os Correios se vê à mercê da sanha privatista de Guedes e Bolsonaro e à voracidade do mercado multinacional de venda eletrônica e de entregas de encomendas.
Mesmo apresentando superávit nos últimos anos, o governo não leva em conta os quase 100 mil empregos que ela mantém, a precarização dos serviços oferecidos à população que este processo irá acarretar e o desamparo que as empresas privadas deixariam nos lugares mais distantes e de difícil acesso que hoje são atendidos pela empresa.
Para o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores de Correios no RS (SINTECT-RS), Alexandre dos Santos Nunes, não se trata de defender apenas a entrega de correspondências: “Os Correios têm um importante papel social, de integração e de cidadania. Sua logística de abrangência nacional, mesmo nos lugares mais ermos, é que garante a entrega de vacinas, urnas eleitorais, provas do ENEM, pagamento do Bolsa Família. Em muitos municípios, o serviço de Correios é a única presença do Estado e fundamental inclusive para a emissão de documentos aos cidadãos.”