Este dia foi proposto em 1992, no primeiro encontro de mulheres Afro – Latino Americanas e Caribenhas na República Dominicana. No Brasil, esta data passou a ser comemorada somente em 2014, pela lei 12.987/14 em que Tereza de Benguela foi escolhida como ícone da luta da mulher Negra. Em reconhecimento à luta de Tereza e de seu legado no enfrentamento do racismo e do machismo neste dia 25 de julho.
Garantir a reflexão de temáticas voltadas para o enfrentamento do racismo, sexismo, discriminação, preconceito e outras desigualdades sociais. Esta data é importante para compreender as condições das mulheres negras na América Latina e criar formas de resistência.
Não há registro exato de seu nascimento da Rainha Tereza, sabe-se que na década de 1740 a Tereza fugiu do homem que a escravizava em direção ao Quilombo do Piolho ou Quariterê, chefiado por José Piolho, no Mato Grosso, com quem se casou. Quilombos são lugares de resistência e onde a liberdade governa entre as pessoas negras, que buscam se defender da violência e do racismo.
No início de 1750,após o assassinato de José, Tereza liderou o quilombo por mais de 20 anos. Por volta de 1770, uma expedição do estado saiu em direção ao Quariterê para destruí-lo. A falta de registros históricos de Tereza não permite que sua morte seja precisa. Seu legado está vivo em cada mulher negra que resiste às opressões racistas e sexistas.
E hoje? Ainda precisamos, como mulheres negras, lutarmos por nossos espaços, por nossas vidas. De acordo com o levantamento, 62% das vítimas das mulheres que são assassinadas (feminicídio) no Brasil são negras, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. A exploração do corpo da mulher negra é ainda uma dura realidade que precisa ser enfrentada. “Empoderamento é basicamente tomar consciência de si para sair da condição de inferioridade”, Joice Berth, Arquiteta e Ativista negra.
(Texto de Maria – Diretora do Sindimetrô RS e representante da FENAMETRO)