Foi um ano de espera pelo julgamento do dissídio coletivo de 2017. A decisão do Tribunal Regional de Trabalho (TRT), após inúmeros adiamentos, foi exclusivamente pela aplicação da inflação nos salários daquele ano, apurada em 4,05%. A Trensurb, porém, optou por protelar a decisão.

Durante uma série de reuniões realizadas no TRT, com a direção do Sindimetrô/RS sempre respaldada por decisões da categoria tiradas em assembleias, a empresa colocou a indecente proposta de cumprir a decisão num prazo de 90 dias, atrelando o pagamento do índice definido pelo TRT à Campanha Salarial deste ano. Dois processos que não tem elos de ligação.

A proposta da administração da Trensurb mostra a falta de disposição para negociação e de respeito com os(as) funcionários(as) que tocam a empresa no seu dia-a-dia. Amparado pela categoria, o sindicato apresentou como contraproposta o pagamento imediato do índice, bem como a renovação das cláusulas sociais do Acordo Coletivo de 2018, que foi rejeitada pela empresa.

Tentaram de todos os modos que o sindicato, nas reuniões realizadas no TRT, assinasse um acordo sem consultar a base. Na ocasião, repudiamos tal prática. A direção do Sindimetrô/RS não dá consentimentos a acordos costurados entre quatro paredes.

Toda proposta nova surgida nos debates deve ser ampla e democraticamente discutida e aprovada pelo conjunto dos(as) metroviários(as). Talvez acostumados a acordos feitos nos gabinetes do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional, os atuais administradores da Trensurb tentaram, através de uma prática antissindical, colocar a direção do sindicato contra a categoria.

Essa tática de protelamento das discussões nunca funcionou e não vai funcionar entre os(as) metroviários(as). Mas o diretor-presidente, seus diretores e assessores insistem no método. Foi assim com a atual Campanha Salarial, cuja pauta de reivindicações foi entregue no início de março, e apenas agora, pressionada, a empresa marcou a primeira reunião de negociação.

Mesmo com os salários corroídos pela inflação e trabalhando sob péssimas condições de trabalho, a categoria teve paciência e mostrou vontade de negociar. Mas sem a contrapartida da Trensurb, os(as) metroviários(as) tem a obrigação de se manifestar contra esse descaso. É hora de negociar de verdade. Chega de enrolação!