Há 90 anos, as mulheres brasileiras conquistavam o direito ao voto. Almerinda Farias Gama foi uma das primeiras mulheres a lutar para termos este direito no país. Ela foi uma figura notável por seu ativismo político, uma mulher negra na construção da luta feminista e da democracia brasileira.
Almerinda nasceu em uma família humilde de Maceió em 1899 e se deparou com as desigualdades salariais entre homens e mulheres. Além disso, o atravessamento de classe e raça – os abismos sociais entre ricos e pobres e entre brancos e negros no país a fizeram lutar por um feminismo que ampliasse as discussões do movimento de primeira onda – marcado pela conquista do voto feminino. Para as mulheres negras, o trabalho – ao contrário das mulheres brancas – não precisou ser conquistado: a mão de obra do povo negro já era explorada pelo sistema escravagista.
Através da filiação à Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, Almerinda seguiu sua luta pela emancipação das mulheres. As brasileiras tiveram acesso à participar nas decisões políticas somente em 1932 e Almerinda foi uma das porta-vozes desta conquista. Junto de Carlota Pereira de Queirós, foram as únicas mulheres na Assembleia Constituinte em 1933.
Almerinda foi uma figura política importante. Trabalhou como datilógrafa, sindicalista, formou-se advogada e atuou fortemente para a conquista de direitos trabalhistas, com enfoque nas mulheres.
Quando uma mulher avança, toda a sociedade avança. Durante o mês de março, iremos resgatar a história de algumas mulheres comuns e extraordinárias, que dedicaram suas vidas na busca por uma sociedade mais justa.
Com informações do perfil de Almerinda, escrito por Igor Natusch ao portal Democracia e Mundo do Trabalho.