Os problemas trazidos à tona por diferentes veículos de imprensa nos últimos meses sobre a aquisição dos trens novos já eram objetos de denúncias apresentadas pelo Sindimetrô/RS desde que as composições começaram a ser recolhidas ao estacionamento. Os usuários e usuárias, espremidos(as) nos trens antigos, podem observar diariamente o estacionamento lotado.
Criada em 1985, a Trensurb cresceu junto com a demanda populacional da região metropolitana de Porto Alegre. Um crescimento que ocorreu no rastro dos problemas de corrupção verificados na política e na economia do país. Neste período, a empresa sofreu sistematicamente com o desmonte e o sucateamento propositais com vistas a sua entrega para a iniciativa privada.
Funcionando na sua capacidade limite para garantir a qualidade no transporte e também na manutenção, a empresa adquiriu quinze novos trens, em 2012, que entrariam em operação em 2014. No entanto, jamais as composições novas funcionaram ao mesmo tempo. Apenas seis estão em operação e, ainda assim, com problemas. Na aquisição, foram investidos R$ 244 milhões.
Hoje, enquanto faltam trens para atender a população, o estacionamento da empresa virou uma espécie de depósito para a maioria dos trens novos, todos apresentando inúmeras falhas. Além disso, algumas composições estão sofrendo processo de canibalização, tendo suas peças retiradas para a utilização em outro trem. O cumprimento da grade horária é garantido pelos trens velhos, com 33 anos de operação, funcionando no limite da capacidade e sem folga para manutenção.
A entrega dos trens novos sem a realização de testes de operacionalidade e sem quase a metade das especificações técnicas relacionadas ao desempenho dos veículos exige a responsabilização de quem assinou o contrato de compra. Também demanda a responsabilização daqueles que, após a aquisição, não exigem do consórcio FrotaPoa – formado pela Alstom e a CAF – uma solução para os problemas apresentados. Nesse tempo, a Trensurb já esteve sob a gestão de apadrinhados políticos do PT, PP, MDB, PSD e PSDB.
Diante desse conjunto de denúncias, o Sindimetrô/RS adverte a população e, sobretudo, as autoridades para os riscos de um acidente com consequências graves por falta de manutenção nos trens antigos ou por falta de condições de trafegabilidade dos trens novos. Os metroviários e metroviárias defendem a punição imediata de todos os envolvidos e continuam na luta por uma Trensurb transparente, pública e estatal.