Na segunda (17), o Sindimetrô, preocupado com a propagação do coronavírus – uma doença respiratória, classificada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como uma pandemia, na medida que está ameaçando a vida das pessoas ao redor do mundo – apresentou uma lista de propostas à direção da Trensurb. As propostas vão desde equipamentos de proteção, higienização, divulgação de protocolos de prevenção, licenças para grupo de trabalhadores, abono de faltas, entre outras medidas.
Hoje, a direção da empresa apresentou suas propostas de Ações de Prevenção ao coronavírus. As medidas, no entanto, indicam a negligencia da Trensurb e do governo federal com a gravidade do quadro no mundo. A Europa está paralisada, países como Itália, Espanha, França e Alemanha tem tomado medidas mais restritivas. No Brasil, os números oficiais sobem para 349 casos confirmados, enquanto as suspeitas de pessoas contaminadas chegam a 8.819, conforme dados do Ministério da Saúde. E, infelizmente, já tivemos a primeira vítima fatal, um homem de 62 anos, morador de São Paulo.
Não se trata apenas de afastar os metroviários em grupo de risco de suas atividades, é preciso restringir a aglomeração de pessoas e reduzir, ao máximo, o contato entre trabalhadores e usuários, adotando ações eficazes e imediatas para combater a disseminação da doença. Nesse sentido, reafirmamos alguns pontos importantes e que podem ser implementados imediatamente:
Licença para trabalhadores acima de 60 anos
É necessário garantir a licença remunerada daqueles que são parte do grupo de risco determinado pela OMS, como idosos a partir dos 60 anos.
Trens acoplados
Cabe salientar que uma medida urgente é garantir a circulação de trens acoplados em todas as viagens. É fundamental que se evite a superlotação e que os trens circulem com as janelas abertas. A transmissão de doenças respiratórias no transporte público é 6 vezes maior, segundo pesquisa britânica.
Liberação das catracas
O manuseio das cédulas de dinheiro e moeda na cobrança da tarifa é uma potencial fonte de transmissão do coronavírus, portanto, uma medida essencial é a suspensão da cobrança da tarifa e a liberação das catracas.
Abono de faltas para mães e pais
Os metroviários que tem filhos dependentes, no caso de fechamento das escolas, devem ter suas faltas abonadas durante o período. A orientação do governo é de que as crianças não sejam deixadas com os avós, porque idosos têm mais chances de desenvolver quadros graves quando são infectados pelo novo coronavírus.
Disponibilização de máscaras, álcool gel e luvas
A Trensurb precisa garantir o fornecimento de equipamentos de proteção para seus trabalhadores e usuários do sistema.
Higienização completa dos trens e cabines
Para garantir a saúde do operador e dos usuários, as empresas terceirizadas devem fazer a limpeza completa dos trens a cada viagem.
SEM ESSAS MEDIDAS, A TRENSURB VAI PARAR!
Somos trabalhadores do setor de transportes, área potencial para a disseminação e contágio do coronavírus. Os metroviários agentes de estação, segurança e operadores de trem são a linha de frente da empresa e com maior vulnerabilidade quanto à doença. Enquanto a empresa se preocupa em manter a arrecadação e a operação comercial normalizada, os metroviários, suas famílias e usuários estão expostos.
A Trensurb já opera com defasagem no seu quadro funcional, o que gera, constantemente, evasão de receita por falta de funcionários nas bilheterias. Se confirmadas as perspectivas de expansão da doença, aqueles metroviários que trabalham diretamente com o público serão mais um fator de propagação do vírus e se afastarão em decorrência do mesmo.
Portanto, a empresa precisa tomar medidas efetivas de combate à disseminação sob pena de parar a operação, seja por ter seus funcionários infectados em massa ou pela negativa dos mesmos em manter os serviços em nome do resguardo da sua saúde e de seus familiares. O lucro não pode estar acima da vida.
Sindimetrô/RS