Todo dia 05 de junho, desde 1972, o mundo lembra da importância da conservação e proteção do meio ambiente em uma data criada pela ONU para levar a humanidade à reflexão e ao debate sobre este tema. E sempre nesta data o Brasil era lembrado como o grande ‘pulmão’ do mundo e o país que protagonizaria e conduziria o planeta a um futuro economicamente sustentável e ecologicamente consciente.
Mas como o verbo do parágrafo anterior mesmo nos diz, ‘era’. Hoje o nosso país é visto como um dos vilões do ecossistema e da sustentabilidade tanto buscada pelos países mais industrializados do mundo. Temos um ministro do meio ambiente totalmente anti ambiental, negacionista do aquecimento global e um exímio sabotador das instituições e das ONGs que lutam pela causa.
Em plena semana do meio ambiente, o ministro do governo Bolsonaro foi denunciado no STF, por crime de advocacia administrativa, obstrução de investigação e formação de quadrilha. A acusação é de que Salles interferiu em operação da Polícia Federal que reprimiu extração de madeira ilegal, no Pará e no Amazonas, no final de 2020. Incluindo a participação direta do ministro brasileiro na facilitação para que madeireiros concretizassem o envio das madeiras para fora do país.
Alvo de busca e apreensão em operação da PF, no final de maio, Salles vem recorrentemente enfraquecendo os órgãos de fiscalização como o Ibama, ICMBio, Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) e Agência Nacional de Águas (ANA). Desde o início de sua ‘gestão’, Ricardo Salles já editou mais de 300 atos oficiais, incluindo PL’s, que colocam o meio ambiente em risco como a grilagem de terras, demarcação e exploração de terras indígenas e flexibilização dos licenciamentos ambientais para empreendimentos.
Isto mostra que ele está conseguindo ‘passar a boiada’, como declarou na fatídica reunião ministerial de 22 de abril de 2020. A continuidade de um ministro que realiza ações que põem em risco um dos maiores tesouros brasileiros e que, inacreditavelmente, segue como uma das peças intocáveis do presidente Bolsonaro, nos reserva um futuro sombrio e perigoso – ecológica e economicamente.