O descaso do governo Bolsonaro com a vacinação da população contra a covid-19 é desesperador. Enquanto mais de 50 países já imunizam seus cidadãos desde dezembro, jamais podemos esquecer que Bolsonaro sabotou, desde o início o Programa Nacional de Imunização.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso emergencial da chinesa Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan e a AstraZeneca da Universidade de Oxford. Esta última será desenvolvida pela Fiocruz e ainda está na Índia.

O governo Bolsonaro aplicou uma mentira na população, mostrando avião preparado para decolar, mas a verdade é que o governo indiano está vendendo para outros países, mas para o Brasil não, por ações desastradas do Itamaraty.

Por enquanto, temos menos de 6 milhões de doses para vacinar uma massa de quase 212 milhões de pessoas. Bolsonaro e sua patota, com o consentimento do Ministério das Relações Exteriores, criou uma crise diplomática com a China que vai acabar atrasando a fabricação nacional de vacinas pelo Butantan e pela Fiocruz, por falta de insumos.

O Ministério da Saúde deixou Manaus abandonada, que vive o maior colapso da saúde de sua história. Os pacientes continuam morrendo asfixiados, por falta de oxigênio. A Venezuela demonstrou solidariedade, algo que o governo brasileiro não teve, e enviou caminhões com tanques de oxigênio. Este é o cenário no país, onde mais de 210 mil pessoas perderam a vida por causa do coronavírus e a doença segue avançando.

As clínicas privadas já se articulam para importar vacinas, o que aumentará ainda mais as desigualdades na distribuição do insumo no país. O Sindimetrô/RS repudia veementemente essa postura do setor privado e defende a vacinação universal pelo SUS. O presidente Luís Henrique Chagas lembra que as empresas não testaram os trabalhadores contra covid: “Será que agora vão comprar vacinas? Isso é conversa para explorar a população.”, criticou Chagas.

O sindicato já reivindicou à Trensurb, que a nossa categoria integre os grupos prioritários da vacinação: “Os metroviários estão em contato, diariamente, com milhares de pessoas nos trens e nas estações. É fundamental que esses trabalhadores estejam imunizados, primeiro para garantir a saúde, depois para barrar a circulação do vírus”, alertou Chagas.