A eleição para escolha de um representante dos trabalhadores para o Conselho de Administração da Trensurb (CONSAD), além de ter sido chamada a “toque de caixa”, sem ampla divulgação e transparência, não pode ser considerada como um processo democrático de representação dos trabalhadores. Veja as razões da nossa posição:
CONSAD: UMA ELEIÇÃO QUE NÃO NOS REPRESENTA
A eleição do CONSAD não respeita a participação dos trabalhadores.
Para o Sindimetrô/RS, esse processo eleitoral tem como objetivo passar uma falsa ilusão de que o Conselho conta com a representação dos funcionários da empresa em sua composição. No entanto, essa participação “meramente decorativa” é muitas vezes usada para legitimar decisões que atacam os próprios metroviários.
O sindicato não concorda com os critérios excludentes que impedem a participação dos trabalhadores, especialmente as exigências de curso superior e de se ter, no mínimo, dez anos na empresa. A exigência de curso superior, por exemplo, exclui do processo cerca de 90% da categoria, visto que para ingressar na maioria dos cargos da empresa não é necessário ter essa graduação.
Outra crítica se refere às urnas, localizadas apenas no prédio administrativo e na estação Canoas. Essa distribuição dificulta o voto dos trabalhadores do setor de operação. Em outros processos eleitorais, como os da CIPA e do Sindimetrô, urnas itinerantes são usadas para facilitar a participação dos colegas.
O Sindimetrô/RS também manifesta contrariedade ao pagamento para membros do Conselho por participação em reuniões, os famosos jetons. Tratam-se de valores altíssimos pagos com verbas públicas, oriundos dos impostos pagos pela sociedade. Recursos que deveriam ser usados na eficaz prestação de serviços públicos.
CONCEITO DE PARIDADE NÃO É APLICADO NO CONSELHO
Paridade é a regra que garante igualdade de tratamento entre grupos distintos. A partir deste conceito, o Sindimetrô/RS entende que, para ser realmente paritário e democrático, o CONSAD deveria considerar em sua composição a participação igualitária entre representantes da empresa e dos trabalhadores, no caso três de cada lado. Para se ter uma ideia, hoje são cinco representantes da patronal e um dos empregados.
JETOM: O SEGUNDO SALÁRIO
Jetom é a gratificação paga para agentes políticos e servidores públicos pela participação em comissões, colegiados ou outros órgãos de deliberação coletiva.
Os jetons pagos em estatais funcionam como uma forma de aumentar a remuneração de alguns servidores, e a participação nos conselhos não exige nenhum cargo dentro da empresa. Muitos dos indicados pelo Governo para ocuparem essas vagas participam de conselhos em diversos órgãos, tornando-se verdadeiros “profissionais do jetom” com polpudos salários. Nas estatais, os jetons podem variar de R$ 2,7 mil a R$ 27 mil.