A paralisação dos metroviários e das metroviárias do Rio Grande do Sul atingiu o objetivo, que é chamar a atenção para uma revisão na lista de prioridades da vacinação. A categoria defende a imunização dos funcionários da linha de frente da Trensurb e de todas as pessoas que precisam sair de casa para trabalhar.

A mobilização foi organizada pela Federação Nacional dos Metroferroviários, em função do alto contágio pelo coronavírus, no transporte coletivo de massa.

Os dirigentes do Sindimetrô/RS chegaram no terceiro andar da empresa, onde está o Centro de Controle Operacional (CCO), às 23h15min e ocuparam a sala de reuniões e o hall de acesso ao setor, que é o coração da operação dos trens.

Às 3h40min os sindicalistas chegaram ao Setor de Tráfego (SETRA), que controla toda a movimentação dos trens. Às 6hs partiram os trens, conforme estabelecido pelo TRT.

O presidente do Sindimetrô/RS disse que a mobilização foi exitosa e alcançou o objetivo. “Queremos alertar as autoridades e a população, que a lista de prioridades da vacinação é elitista”, disse Luís Henrique Chagas.

O sindicalista disse ainda que o negacionismo do governo Bolsonaro está matando mais que o próprio vírus. “Não tem vacinas, mandam economizar o oxigênio e falta até medicamento para intubar os pacientes. Isso não é genocídio? “, questiona Chagas.

O sindicato também cobrou atitude do governador Leite e do prefeito Sebastião Melo: “O Leite disse que compraria vacinas, mas só tem as que o Ministério da Saúde manda. E o Melo vai na mesma linha negacionista do Bolsonaro, distribuindo cloroquina.”, criticou o dirigente sindical.

PARALISAÇÃO LEGAL E JUSTA

A paralisação dos metroviários foi considerada uma greve legal e NÃO ABUSIVA e estabeleceu prazo até às 6 horas da manhã, o que o sindicato concordou.

No despacho, a desembargadora Carmen Izabel Centena diz: “…é lícito aos trabalhadores o direito de greve, ainda que em atividade essencial, desde que garantido o atendimento previsto em lei.”

O protesto do Sindimetrô/ RS contou com o apoio dos sindicatos dos municipários de Porto Alegre, da Saúde, dos Servidores do Grupo Hospitalar Conceição e dos Correios. A atividade encerrou às 6h30min com o atendimento à imprensa, na Estação Farrapos.