Ao colocar em circulação trens operados por funcionários com Funções Gratificadas (FGs) a Trensurb assumiu o risco de possíveis acidentes envolvendo trabalhadores e usuários do trem metropolitano. A empresa também descumpriu acordo firmado com a justiça de não colocar trens em funcionamento fora do horário de pico.
Em greve contra as reformas da Previdência e Trabalhista, os metroviários paralisaram as atividades nesta sexta-feira, 30. Sem funcionários suficientes, a empresa colocou alguns trens em circulação operados em sua maioria por FGs.
A medida coloca em risco a integridade física de usuários e metroviários, pois os trens são operados por profissionais destreinados ou não habilitados para o exercício da função. A falta de pessoal fez com que a maioria das estações abrisse as portas com apenas um funcionário.
Com isso, a Trensurb repete uma situação que normalmente acontece no turno da noite, nos fins de semana e em feriados, quando apenas um trabalhador atua nas estações de menor fluxo de passageiros.
Com apenas um bilheteiro, as catracas costumam ser liberadas quando, por exemplo, o profissional precisa auxiliar algum usuário com necessidade especial. Assim, a empresa abdica de receitas que não serão repostas.
A irresponsabilidade da Trensurb também foi verificada no início da manhã desta sexta-feira quando permitiu que um dos condutores mantivesse o trem em movimento, mesmo com a presença de manifestantes na linha.
O Sindimetrô/RS também questiona o assédio moral praticado pela empresa ao constranger funcionários com telefones para que se apresentem no trabalho. Fere com isso, o direito de greve como forma de protesto e de reivindicação.
A Trensurb também descumpriu ao longo do dia o acordo firmado com a justiça de colocar trens apenas nos horários de pico. Para o Sindimetrô/RS, essa postura exige da justiça aplicação de multa similar a que seria aplicada no sindicato caso descumprisse o acordado.
Pressão sobre os operadores de trens para colocarem trens na linha.