Conselho Administrativo de Defesa Econômica instaurou processo contra companhias em quatro estados e DF
A Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre (Trensurb) é investigada por suposto cartel em licitações de trens. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) instaurou nesta quinta-feira um processo administrativo para apurar a prática ilícita no período entre 1998 e 2013. Além do Rio Grande do Sul, a investigação é feita em São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Ao todo, 18 empresas e 109 funcionários dessas companhias são acusados de participação da prática de cartel. As provas colhidas durante operação de busca e apreensão realizada pelo Cade em julho passado demonstram que o suposto cartel teria atuado em 15 projetos licitados pela companhias.
Segundo a assessoria de imprensa da Trensurb, os gestores da companhia “desconhecem a prática de ilegalidade na licitação de aquisição dos novos trens”.
O caso
Os participantes do cartel teriam dividido as licitações entre eles e simulado a competição nos certames, por meio, por exemplo, da combinação prévia dos valores das propostas comerciais a serem apresentadas pelas empresas e consórcios concorrentes. Para implementar suas estratégias anticompetitivas, as empresas teriam se utilizado inclusive de institutos formalmente legais, como o consórcio e a subcontratação, para dar uma aparência de competição ao processo.
Sob o manto de consórcio, as acusadas teriam adotado diversas estratégias anticompetitivas, como a definição prévia de quais empresas fariam parte de determinado consórcio e quais participariam da licitação apenas para apresentar propostas de cobertura. Outra medida adotada seria a definição de que um único consórcio concorreria no certame, mediante compensação às empresas que ficassem de fora.
Além disso, a promessa de subcontratação teria sido utilizada como forma de eliminar previamente competidores e até mesmo de recompensar aqueles que aderissem ao suposto cartel, por exemplo, desistindo de ações judiciais ou recursos administrativos.
O caso teve início em maio de 2013, a partir da assinatura de um acordo de leniência celebrado entre a empresa Siemens, delatora do conluio, e a Superintendência-Geral do Cade, juntamente com o Ministério Público Federal – MPF e Ministério Público do Estado de São Paulo – MP/SP. Por meio da leniência, participantes de um cartel denunciam o ilícito do qual integraram e colaboram com as autoridades na apuração do caso, em troca da extinção ou redução da punibilidade.
Com base nos indícios apresentados pela Siemens, o Cade obteve autorização judicial para realizar, em 4 de julho de 2013, operação de busca e apreensão na sede de 13 empresas supostamente participantes do cartel.
Próximos passos
Com a abertura do processo, os acusados serão intimados para apresentarem suas defesas. Ao final da instrução processual, a superintendência-geral opinará pela condenação ou arquivamento e remeterá o caso para julgamento pelo Tribunal Administrativo do Cade. A prática de cartel sujeita empresas ao pagamento de multa de até 20% de seus faturamentos. O ilícito também é crime, sendo o Ministério Público responsável pela ação penal.
Cartéis são a mais grave forma de lesão à concorrência e o Cade tem como prioridade coibir e punir esse tipo de ilícito. Somente em 2013 o Cade condenou 13 casos em diversos locais do Brasil, aplicando R$ 483 milhões em multas, e instaurou aproximadamente 10 novas investigações de supostos conluios.
Fonte: Correio do Povo
Para quem conhece a lei 8666 (normas para licitações e contratos da Administração Pública) pode analisar a cronologia abaixo, com relação à compra de trens por parte da TRENSURB:
1- 2 de agosto de 2012 – Audiência Pública com apresentação das especificações técnicas dos trens.
2- 08 de outubro – Emissão do Edital
3- 23 de outubro de 2012 – Questionamentos do Edital por parte das contratadas.
4- 23 de outubro de 2012 – Visita técnica da CAF
5- 24 de outubro de 2012 – Visita técnica da ALSTOM
6- 31 de outubro de 2012 – Seção Pública Para Abertura de Proposta (conforme edital)
7- 08 de novembro de 2012 – Apresentação de proposta (conforme DOU)
8- 12 de novembro de 2012 – Adjudicação
9- 26 de novembro de 2012 – Assinatura do contrato
Não é qualquer licitação. São R$ 243.756.000,00 (duzentos e quarenta e três milhões, setecentos e cinquenta e seis mil reais) envolvidos.
A TRENSURB não comprou bananas, comprou trens de alta tecnologia. E tudo feito com uma velocidade alucinante.
Item C do edital: Os consórcios entre empresas brasileiras, caberá a liderança à aquela que comprovar deter maior conhecimento técnico, conforme características definidas para a qualificação técnica.
Tanto a ALSTOM como a CAF têm condições técnicas para fabricar qualquer tipo de trem.
O interessante de tudo que no edital constantemente é mencionado a palavra consórcio.
E os gestores da TRENSURB desconhecem a prática de ilegalidade nesta licitação!!
Por favor, não sejamos ingênuos.
A direção da TRENSURB, nos próximos dias, vai alterar o organograma criando mais uma gerência e três setores, que serão responsáveis pelo aeromóvel. Para convencer o Governo Federal, a direção vai eliminar algumas funções gratificadas, que não fazem parte da estrutura do organograma, para dizer que com esta atitude economizará 3 mil reais mensais.
O que a direção da TRENSURB esconde, é que, com as incorporações de funções gratificadas, a empresa está tendo um prejuízo, em torno de, 200 mil reais mensal. Vinte vagabundos estão sendo exonerados de seus cargos para receber polpudas gratificações sem ter nenhuma responsabilidade. A maioria destes vagabundos é do PT e um do PP.
O interessante é que os órgãos de fiscalização do governo federal não descobrem esta maracutaia.
Informação: O CADE acaba de enviar documentação pedindo explicações à TRENSURB, sobre a negociação dos trens com a ALSTOM e CAF, como várias outras licitações que envolvem outras empresas denunciadas.
Com relação ao boletim do sindicato, que comenta os gastos com o aeromóvel, o que foi gasto passa a ser irrelevante perto do que está para acontecer. Será criada uma gerência e três setores, somente para o sistema aeromóvel e farão parte desta nova área, mais de 60 empregados. Vai ser uma outra Trensurb com independência administrativa, com vários FGs. Enquanto isso a manutenção e a operação precisando de mais empregados. É uma administração caótica.